Psicóloga e autora do livro "A metade da laranja? – Discutindo amor, sexo e relacionamento" explica que o amor na terceira idade tende a ser mais fraterno e ameno e menos erotizado.

Aproveitar um amor na melhor idade não é diferente quanto à autenticidade do sentimento, mas há mudanças, sim, na forma como esse sentimento passa a ser vivido. A qualidade da relação busca valorizar outros pontos que, quando se é jovem, pouco se dá importância.
Este é um dos pontos abordados pela psicóloga e terapeuta sexual Ana Canosa no seu livro mais recente, “A metade da laranja? – Discutindo amor, sexo e relacionamento” (Editora Master Pop). Para a psicóloga, o amor na terceira idade tende a ser mais fraterno e ameno, além de sólido e menos erotizado do que aquele que acontecem em outras fases da vida.
"Mas isso não quer dizer que os namorados não desfrutem das alegrias do sexo. Na realidade, a quantidade e qualidade do sexo na terceira idade depende muito do passado sexual que a pessoa tem. Quanto mais teve desejo e experiência sexuais prazerosas durante a vida, mais ela vai privilegiar o erotismo depois dos 60 anos”, explica a terapeuta.
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Na avaliação da especialista, eles se preocupam mais com essas questões do que elas principalmente no que diz respeito ao desempenho sexual, embora o interesse pelo sexo não aconteça com o mesmo fogo quando tinham seus 40 anos. Já os principais incômodos delas são em relação à queda do desejo e a diminuição da lubrificação após a menopausa, mas ainda assim se satisfazem com uma boa relação sexual de vez em quando e costumam valorizar mais o companheirismo.
"Na terceira idade, a necessidade de conversar fica ainda maior porque muitas fantasias nascem na cabeça das pessoas quando percebem que o parceiro está um pouco afastado ou que a busca pelo sexo já não é a mesma”, avalia a psicóloga.
Outro fator que homens se deparam é a tendência a sofrer mais por causa das perdas financeiras, do "poder" resultante do reconhecimento profissional, intelectual ou econômico. As mulheres sofrem em função de perdas emocionais, preocupações familiares, questões ligadas à estética.
"O envelhecimento do corpo é cruel, mas, do ponto de vista emocional, é perfeitamente possível não sofrer. Tudo vai depender de como cada pessoa lida com seu próprio envelhecimento e como se adapta às mudanças. Quanto mais experiência eu tenho em consultório, mais tenho a certeza de que vale muito a pena investir na vida a dois”, assegura a psicóloga.
EMILCE CAMPOS
PRESIDENTE REGIONAL
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